Honda faz revisão de compra e plataforma de estratégia
Honda pretende reduzir os custos de compra de seus três modelos globais mais vendidos em cerca de 30% ao longo dos próximos quatro anos, através de uma nova estratégia de plataforma comum que inclui o compartilhamento de peças. Conforme relatado nas notícias de negócios Nikkei no último final de semana, o movimento segue o anúncio de que a montadora japonesa estaria se esforçando para aumentar as vendas globais em 50% até 2016 para 6m.
Segundo o relatório, a Honda planeja usar uma plataforma comum para a geração do Accord, Civic e CR-V, que representarão cerca de 40% de suas vendas globais até 2016. Com uma média de 30.000 peças usadas em cada modelo, a Honda quer compartilhar entre 40-50% em termos de valor. Para o Civic e CR-V, os quais possuem base na mesma plataforma, a porcentagem atual é de cerca de 20%.
A aquisição de peças representa 80% dos custos totais de fabricação na Honda.
O Nikkei também informou que a Honda está planejando intensificar as compras de fornecedores de peças importantes, os quais estão aptos a fornecer em países emergentes e em outras regiões do mundo, citando Robert Bosch e Denso como as empresas que fornecerão 40% das peças da Honda até 2020, 16% a mais do que em 2011.
A Honda quer estabelecer condições saudáveis de competitividade em mercados emergentes para desafiar VW e Hyundai Motor que já estão se beneficiando de estratégias de peças compartilhadas.
Além disso, o fabricante de automóveis está, de acordo com relatos, mudando quanto a sua concepção e produção prática. Isto significa que eles estarão mudando o design do componente e montagem de denro da própria empresa para o fornecedor. Especificações de componentes, tais como aparelhos de ar condicionado, agora serão passados aos fornecedores que serão responsáveis pela projeção, desenvolvimento e montagem para a Honda.
Este último desenvolvimento levanta questões sobre o fornecimento de um maior número de peças, advindas de um número menor de fornecedores, situação que contribuiu para a grave escassez que atingiu a cadeia de fornecimento automotivo devido ao terremoto japonês e tsunami em março de 2011, bem como as inundações tailandesa em outubro deste ano. O último desastre mencionado, atingiu a Honda de forma particularmente forte. A montadora Honda ficou suspensa no país e sua cadeia de fornecimento também foi impedida, pois não conseguiram manter a produção. Cerca de 200 empresas fornecedoras localizadas no parque Rojana na região fortemente atingida, Ayutthaya, tiveram de fechar (leia mais aqui http://www.automotivelogisticsmagazine.com/Newsitem.aspx?aid=1204#story), por exemplo.
Os principais fornecedores foram encorajados a construir uma base de fornecimento de nível 2 e 3 mais diversificada para minimizar o risco de interrupção no abastecimento para fornecedores únicos, mas a extensão do progresso que está sendo feito aqui é difícil de avaliar. Consolidando mais peças para menos fornecedores pode levar a riscos de fornecimento adicionais no caso de uma perturbação, no entanto as vantagens de custo poderiam ser vistas como algo que superaria estes riscos.
Mas há também questões sobre qualidade.
Dar mais trabalho aos fornecedores não é algo novo, de acordo com os analistas do Transport Intelligence, Thomas Cullen, "a questão é, como é que a Honda garantirá que a sua qualidade não será afetada", disse ele, observando a ascensão existente no nível de padronização, incluindo elétrica, direção, faróis bi xenon, tecnologia de injeção direta, que são todos produtos fornecidos pela Bosch, Delphi e empresas similares.
"A Honda sempre buscou desenvolver componentes-chave na própria fábrica, devido a importância e compromisso com a qualidade e confiabilidade", disse Cullen. "Garantir isto com os fornecedores será vital para a Honda. É uma mudança importante".
O impacto sobre a base de fornecimento e rede de logística de apoio do mais recente anúncio da Honda ainda não está claro, uma vez que o OEM não fez nenhum comentário sobre as prováveis consequências para a cadeia de fornecimento de entrada e para seus fornecedores. A mudança para mais fornecedores globais que serão capazes de produzir em mercados emergentes, pode reduzir custos de logística e custos aduaneiros, bem como diminuir os riscos cambiais. Ao mesmo tempo, alguns fornecedores podem ser consolidados em uma região, e fornecer para outros locais de produção construindo o mesmo modelo ou plataforma. Em tais casos, várias montadoras notaram um aumento dos custos de logística, incluindo a General Motors (veja a reportagem de capa na atual edição http://www.automotivelogisticsmagazine.com/mgaview.ashx?id=70#/c8baab7c/24).
O que o recente anúncio da Honda também levanta, é a questão da posição competitiva da Honda quando se trata da comunhão existente de suas partes, em comparação com uma empresa como a VW, que lança o Golf em diferentes formatos, tais como o Audi A3, e seus modelos Seat e Skoda.
"Eu gostaria de dizer que a Honda "ficou para trás", mas é razoável comparar o número de tipos de modelos diferentes na VW com os da Honda, acrescentando o Cullen.