Furacão Sandy atinge a rede logística dos EU
A chegada devastadora do furacão Sandy na Costa Leste dos EUA esta semana, provocou o encerramento de uma série de grandes portos da Costa Leste com movimentação de veículos e contêineres de embarque, bem como o encerramento de estradas e vias ferroviárias no interior, e ruptura na rede de concessionárias.
A tempestade, que foi reclassificada como ciclone pós-tropical desde que atingiu os EUA continental, na noite de segunda-feira, já custou mais de 100 vidas, incluindo no Caribe, pelo qual passou na semana passada, e grandes áreas da costa atlântica, incluindo Long Island Sound, Nova Jersey e Manhattan, estão agora debaixo d'água por causa das inundações.
Desde a meia-noite do domingo, os portos de Nova York e Nova Jersey foram completamente desligados até nova ordem, e, de acordo com um porta-voz do porto de Baltimore, atualmente não há navios nos terminais públicos marinhos após a decisão da Guarda Costeira dos EUA no domingo de fechar os canais de acesso que levam até o porto. O porto de Wilmington está fechado desde segunda-feira, e os portos de Davisville e Filadélfia foram também afetados.
O Diretor da Davisville, Evan H Matthews, disse que o porto havia fechado na segunda-feira e toda a carga havia sido removida para o interior do cais, mas reabriu na manhã de terça-feira. "O Porto de Davisville foi atingido pela tempestade mas não teve danos, e agora está aberto para receber navios", disse Evans, acrescentando que nenhuma perda foi notificada.
A tempestade passou pelo porto de Charleston na Carolina do Sul no fim de semana, com pouco impacto. Um porta-voz da autoridade dos portos da Carolina do Sul, disse que apenas alguns navios permaneceram no cais, enquanto a tempestade passou ao largo da costa e não houveram outros impactos operacionais relatados até agora. Com base na trajetória da tempestade, impactos climáticos muito mínimos chegaram à costa da Carolina do Sul, por onde o furacão passou neste fim de semana.
Da mesma forma, mais ao sul, o porto de Jacksonville escapou do impacto direto do furacão, sem danos a não ser algumas ondas altas e alertas de ventos fortes, de acordo com um porta-voz.
Os atrasos no transporte ferroviário
Fornecedores ferroviários, entretanto, têm implementado medidas de emergência diante da tempestade. Norfolk Southern disse que o tráfego entre Virginia e Nova Inglaterra poderia ser afetado por fortes chuvas, inundações e ventos fortes. "O tráfego ferroviário nessas áreas devem ter atrasos de pelo menos 72 horas", disse a empresa em um comunicado.
Um porta-voz disse à Altomotive Logistics News na segunda-feira, que enquanto ele não poderia comentar sobre produtos específicos, a segurança foi "fudamental", e que a empresa estava mantendo em mente o pessoal do Norfolk Southern, empreiteiros, clientes e o público.
"Temos feito grandes preparativos antes da chegada da tempestade, movendo tripulações, empreiteiros e materiais como lastro, caso a tempestade venha a impactar nossa rede ferroviária", disse o porta-voz. "Nós também estamos nos comunicando com nossos clientes desde antes da chegada do furacão Sandy, e iremos permanecer em contato para melhor atender às necessidades deles."
De acordo com Bill Kerrigan, diretor da KGI Global Logistics Consulting, o maior problema para tanto o transporte ferroviário como rodoviário é a perspectiva de fluxos lavarem vias férreas e estradas. Kerrigan confirmou que todos os serviços ferroviários principais e auto-estradas, em Nova York, Nova Jersey, Connecticut, Massachusetts e Rhode Island foram fechados e, provavelmente, não reabrirão até hoje, desde que não possuam danos estruturais.
"Mesmo com a falta de energia generalizada, serviços de logística normais devem retomar na quinta-feira", disse Kerrigan.
Fabricação monitorada
Montadoras e fornecedores também são suscetíveis de serem afetados, com um grande número de operações de peças de fabricação e instalações de fornecedores sistemistas nas área afetadas, sujeitos a avisos de enchentes na costa e nos lagos, bem como alertas de tempestade de inverno.
A Ford disse que não estava esperando qualquer impacto na produção por causa de dificuldades de abastecimento, mas continuarão a monitorar a situação com seus fornecedores. A GM disse que também continuarão a monitorar o impacto da tempestade em suas operações de fabricação. "Neste momento, não estamos vendo atrasos significativos em nossas entregas de fornecimento, disse um porta-voz da empresa. "Operações da GM Baltimore, cancelaram a produção por hoje e estão a caminho de retomá-la [quarta-feira]."
A GM informou que continuava a avaliar o impacto sobre a sua rede de concessionários nas áreas afetadas pela tempestade. A montadora informou que espera que o evento afete as vendas no Nordeste dos EUA, mas disse que sua principal preocupação era com a segurança de seus revendedores, seus funcionários e clientes.
Concessionárias foram obrigadas a fechar e muitos têm procurado terrenos mais altos para armazenar veículos e protegê-los de inundações.