A paralisação do governo federal dos EUA que está na sua segunda semana enquanto republicanos e democratas do Congresso permanecem na disputa sobre a reforma de Saúde do presidente Obama, está tendo um impacto mínimo nos portos norte-americanos especializados em carga automotiva. Isto se deve em parte ao financiamento contínuo de pessoal de segurança e alfândegas, no entanto, uma paragem prolongada pode afetar uma série de operações, incluindo o pagamento de horas extras, investimentos em infraestrutura, relações comerciais e os tempos de processamento.
Na verdade, de acordo com um advogado de comércio internacional citado recentemente no The Journal of Commerce, o desligamento levaria a atrasos "catastróficos" para as cargas de importação, caso dure mais de duas semanas.
Susan Kohn Ross, uma advogada da empresa Mitchell Silberberg e Knupp de Los Angeles, disse que se a paralisação continuar, o transporte de carga também será forçando a parar, aumentando assim seus custos de armazenamento. Importadores e exportadores, cujos embarques exigem documentos de agências federais já estão enfrentando atrasos de várias horas ou mais, de acordo com o Jornal.
Este não parece ter sido o caso até agora para os principais portos de processamento de veículo. Falando na Associação Americana de Autoridades Portuárias, que representa 130 autoridades portuárias nos EUA, Canadá, Caribe e América Latina, Aaron Ellis, diretor de assuntos públicos, disse à Automotive Logistics que não tinha ouvido falar em atrasos de carga dos membros das autoridades portuárias como conseqüência da paralisação, mas continuava a monitorar a situação esta semana.
Da mesma forma, não há impacto ainda nos portos de Nova York e Nova Jersey. O pessoal de Proteção da Alfândega e Fronteiras (CBP), bem como pessoal de proteção e segurança pessoal, não foram afetados, no entanto podem haver problemas quanto ao orçamento, se o desligamento continuar, de acordo com Brian Kobza, gerente de relações industriais no Departamento de Comércio da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey (PANYNJ). Kobza explicou que o fim do orçamento anual para o pessoal não tinha sido aprovado, assim há um risco de que, se o impasse continuar para além do final de outubro, poderia haver um impacto sobre as horas extras.
Kobza ressaltou que um fator importante é o acordo comercial EUA-UE, atualmente em discussão. Negociadores norte-americanos estavam com uma programação de encontro nos dias 07 a 11 outubro, em Bruxelas, para discutir questões de regulação e harmonização das normas, mas o encontro foi agora adiado.
"Essas negociações deveriam limitar a tarifa colocada sobre o comércio entre os EUA e a UE, o que reduziria os custos de importação e exportação, especialmente em veículos", disse Kobza. "Essas negociações pararam porque a Comissão de Comércio dos EUA não está funcionando".
No porto de Portland na costa oeste dos EUA, por sua vez, um porta-voz disse que ainda não havia sofrido impactos sobre os volumes de carga ou movimentação, mas era algo que estava sendo acompanhado de perto em conexão com as agências federais.
O Departamento de Transportes (DOT) demitiu temporariamente um terço de seus funcionários, mas manteve os funcionários nos portos cujos empregos são na área de segurança. Por exemplo, apenas 46% da força de trabalho da Administração Marítima permanecerá no cargo, mas 88% dos funcionários do PFC ficará no trabalho.
De acordo com o porta-voz de Portland, as operações do DOT que continuarão durante a parada, incluem manutenção e operação de auxílio à navegação e outras instalações, apoio de atividades reembolsáveis do Departamento de Defesa e do Departamento de Segurança Interna, inspeções de segurança de materiais perigosos, serviços de comunicação de segurança da informação e continuidade de operações de planejamento, entre outras. TIGER e outras bolsas de programas no âmbito da Administração Federal de Trânsito serão suspensas.
TIGER, que significa Investimento de Transportes Gerando Recuperação da Economia, está atualmente financiando 52 projetos no valor total combinado de $474m.