Trabalhando em conjunto através da incerteza
A conferência da Automotive Logistics na Índia, em Pune, na semana passada, revelou que as montadoras estavam dispostas a trabalhar em conjunto para melhorar uma situação na qual a volatilidade do mercado está causando mudança regulatória e enormes lacunas na infra-estrutura, continuando a dificultar as coisas para a indústria automotiva do país ao competir globalmente.
 
Prem Verma, diretor-presidente da Tata Motors, subsidiária de distribuição TML, e Amlan Bose da Ford, vice-presidente de engenharia de fluxo de material, rede de logística e operações de exportação para a Ásia-Pacífica e África, revelaram que haviam iniciado um diálogo estreito para trabalharem juntos em termos de logística em suas fábricas vizinhas em Sanand, no estado ocidental de Gujarat.  
 
"Tata e Ford discutiram trabalharem juntas aqui, e estamos à espera de um terceiro OEM para ocupar o lugar, ao nosso lado, lugar este que seria ocupado pela Peugeot", disse Bose. "Eu tive uma reunião com Prem [Verma] e o chefe de logística global da Ford, Steve Harley, e Prem disse a Steve que não devemos competir em termos de caminhões e vagões ferroviários, mas sim em relação as concessionárias".
 
Verma acrescentou que foi também fundamental trabalhar em estreita parceria com fornecedores de logística, especialmente em tempos de incerteza. "Os LSPs precisam investir, mesmo se não pudermos prever com precisão", disse ele. "Nossos fornecedores devem ser capazes de planejar".
 
A Indian Logistics tem muitos desafios bem documentados, incluindo uma dependência excessiva do transporte rodoviário e um labirinto burocrático que pode tornar o transporte de mercadorias no país complicada e oneroso. Vinita Kumar, conselheiro sênior para o transporte da Comissão de Planejamento do governo indiano, incentivou muitos na conferência com a revelação de que havia planos em preparação para cada uma dessas áreas, com planos de investimentos previstos em infra-estrutura nos próximos cinco anos, por um valor de entre 7-10% do PIB ou 50 lahk crore ($1 trilhão).
 
Isto inclui uma série de melhorias na infra-estrutura ferroviária e equipamentos para materiais circulantes, bem como estradas e alguns desenvolvimentos portuários. O transporte ferroviário estará no centro de vários projetos e investimentos importantes, com o desenvolvimento de redes de alta densidade ao longo da 'quadrilátero dourado', alongando-se entre Mumbai, no oeste, Kolkata, no leste, norte Delhi e Chennai, no sul.
 
Mas palestrantes deixaram claro que ainda há muitas mudanças políticas e questões que precisam ser abordadas antes que a logística de transporte ferroviário realmente decole no setor automotivo, inclusive para a circulação de veículos acabados.
 
É algo de que Prem Verma já está ciente. Em uma entrevista destacada na próxima edição da revista Finished Vehicle Logistics, ele descreve que, enquanto a ferrovia na Índia representa uma participação de 8% para logística de veículos, a porcentagem é de entre 60-70% nos EUA e Alemanha.
 
Este número precisa ultrapassar seu dobro nos próximos sete anos. "Qualquer número menor do que 20% em termos de movimentação [de veículos] pelas ferrovias até 2020, poderia afetar o transporte de veículos para os centros de consumo, e por sua vez impactar o crescimento planejado", disse ele.
 
Ainda sobre a conferência, Achal Paliwal, chefe comercial e de logística para Honda Car India, indicou várias paradas e começos do lado de políticas que têm impedido o transporte ferroviário de aumentar a sua quota de tráfego de automóvel nos últimos anos. O governo anunciou reformas do setor privado, apenas para atrasá-los.  
 
"Rail é um investimento altamente intensivo de capital, e o que temos visto tem sido ferrovias relutantes, LSPs hesitantes e OEMs divididas", disse ele. "Muitos são LSPs esperando e observando as reformas [antes de investir]."
 
Dito isto, houveram movimentos como a notícia na semana passada sobre novo serviço APL-Vascor, mostrado aqui: http://www.automotivelogisticsmagazine.com/NewsItem.aspx?aid=1582
 
Na conferência Bill Villalon, vice-presidente de automóvel para a APL, disse que o empreendimento conjunto, chamada AutoLinx, estará pronto no início de 2013. No entanto, ele admitiu que, antes que a APL-Vascor possa colocar o vagão em uso, o governo deve concluir a revisão das políticas Automotive Freight Train Operator (AFTO), o que abriria caminho para empresas privadas operarem em terminais para o transporte ferroviário de automóveis. Ele admitiu que ainda haviam "alguns caminhos a percorrer", mas que ele estava esperançoso de que uma política revisada seria finalizada em breve.  
 
Leia o relatório completo da Automotive Logistics Índia aqui http://www.automotivelogisticsindia.com